Categoria: Filmes e séries

  • Lilo, Stitch, e um live action de baixa renda

    Lilo, Stitch, e um live action de baixa renda

    Quero ressaltar antes de tudo que na infância, eu era muito fã desse desenho, e apaixonado pela série. Sei das opiniões sobre live action, vamos deixar isso de lado por um momento.

    Fomos assistir o live action de Lilo & Stitch no cinema, e o filme não é ruim. O início e o fim são quase que os mesmos do desenho, mas o meio e uma série de detalhes me fizeram pensar “puxa, mas que grande porcaria”.

    Eu não preciso explicar o que acontece na história, pois não é novidade. Contudo, preciso expressar as mudanças que definitivamente não foram boas.

    O filme deixa bem explícito uma falta de orçamento enorme da Disney, que não pensou nos cuidados e fidelidade com a história, e sim na facilidade para gravar, executar, e obviamente tirar dinheiro com trailer, campanhas, venda de ingresso e brinquedos.

    Não é como se o Beto Carrero americano não tivesse dinheiro para o CGI dos nossos queridos Pleakley e Jumba, que tiveram que usar dispositivos para se tornarem visualmente humanos, com o bônus de uma cena deles não conseguindo caminhar normalmente sobre duas pernas, cortando para a cena seguinte dos dois caminhando como profissionais.

    Não vou te dizer que isso estragou o filme, mas particularmente, me tirou muito do sabor. Podem até vir argumentos de que para o live action, não funcionaria os dois fantasiados de ser humano, mas é claro que é falta de orçamento. Isso tira uma originalidade grande do Pleakley de se vestir de inúmeras formas, quase um ícone da moda na obra original.

    Não podemos esquecer do Jumba, e da icônica cena dele conversando com o Stitch, mais para o fim da história, em que ele resolve ajudar o mesmo porque ele foi muito convincente. Coisa que foi cortada 100% do live action pois o Jumba permaneceu como um gênio do mal em vez de se tornar um dos mocinhos. Toda história da Disney precisa de um antagonista, é natural, e dessa vez sobrou para o nosso querido Jumba pois pela falta de orçamento, não fizeram o Comandante Gantu, o antagonista original. Pensa só o quanto custaria fazer um alienígena de (mais?) 2 metros de altura? Sinceramente, não quero pensar não. Como o bom consumidor que sou, eu só quero.

    Um dos grandes dramas dessa nova história, feita para o live action, é o fato da Nani não poder ir para a universidade que gostaria porque ela precisa cuidar da Lilo. Confesso que esse é um drama que não achei ruim. Pelo contrário, deu mais atualidade para o live action. Nesses cenários, é sempre importante lembrar que o live action bebe da fonte do original, mas não é um espelho. As produtoras querem dar realidade e atualidade, e da época em que Lilo & Stitch foi lançada para cá, muitas coisas mudaram.

    A forma como isso foi se desenrolando ao longo do filme, e a maneira como terminou, foi muito bacana. O filme deu mais importância para os vizinhos de Lilo e Nani, que foram as pessoas que ficaram com a guarda de Lilo no final, e que me permitiu que a Nani pudesse ir para a universidade, aproveitando de uma arma de portal deixada por Jumba, que foi preso.

    Como eu disse, não é um filme ruim. Poderia ter sido mais a depender dos adolescentes atrás de mim rindo, conversando, e mexendo no celular, que impactaram até o momento mais emocionante que é a quase despedida de Stitch. Sim, eu soltei umas lagrimas. Chorar é bom e você devia tentar um pouco.

  • O Homem do Saco era pra ser terror?

    O Homem do Saco era pra ser terror?

    Domingo (02) eu fui ao shopping com minha excelentíssima, e passando na frente do cinema vimos a capa desse filme que nos chamou atenção.

    Gostamos de filmes de terror, mas a triste verdade é que se tem aparecido tantos filmes bons do gênero. Sem pesquisar sobre, e sem nem mesmo ver o trailer, decidimos ir ontem assistir a essa bomba.


    Esse filme não tem pé nem cabeça, é completamente cheio de furos. Começa com uma cena a noite, de uma menina conversando com seu pai sobre pesadelos que vem tendo. Dado momento o pai se afasta rapidamente, todas as luzes da rua se apagam, a menina sai para procurar o seu pai, que está imobilizado no chão, e uma criatura pega essa criança e a coloca num saco.

    Não se engane se o parágrafo anterior pareceu confuso, pois foi realmente essa a cronologia de uma cena de no máximo 5 minutos, para realmente começar o filme de verdade.

    A história é centrada numa família (homem, mulher e filho) que pela casa e terreno enorme em que vivem, parecem viver muito bem, até chegar o primeiro furo do filme que é o pai dessa família, Patrick McKee (Sam Claflin), que parece trabalhar na madeireira do irmão por conta de uma cena de 5 segundos, mas não temos como chegar nessa conclusão porque no resto do filme ele simplesmente não trabalha. Patrick aparentemente estava trabalhando num projeto para cortar os galhos de uma árvore, coisa que ele mostra para o irmão em seu notebook, mas que rapidamente é contrariado pelo fato de estar devendo dinheiro, e que está investindo tempo numa ideia sem futuro. Pronto, é isso. Não tem mais nenhuma menção ao longo do filme sobre esse tópico.

    Caímos então para o filho de Patrick, uma criança com seus 2 ou 3 anos de idade, que é apaixonada por uma flauta de brinquedo ao ponto de deixar a família estressada de tanto que toca. Sobre a esposa, sinceramente não sei nem o que escrever, porque o filme não se aprofunda nem um pouco nela, então deixamos passar.

    O grande ponto que roda o filme no começo é uma paranoia que inicialmente Patrick, e em seguida sua esposa também, vinham sentindo acreditando que alguém estava invadindo a sua casa. A polícia é chamada uma série de vezes para investigar, encontrando de fato algumas pistas sobre um real invasor, mas nada conclusivo o suficiente. Objetos do passado de Patrick, com uma coruja esculpida na madeira e um boné, ambos perdidos durante sua infância, reaparecem magicamente, mas é claro que o imbecil não contou isso para a polícia. Mas se engana se você acha que ele não contou isso para ninguém, pois temos mais uma cena sem sentido nenhum com o irmão dele, em que ele conta ter achado essas coisas, o irmão não da bola, e temos mais uma cena desnecessária.

    O filme tem alguns flashbacks. O primeiro mostra Patrick e seu irmão crianças indo até a entrada de uma mina abandonada, em que os dois tem medo de entrar, mas Patrick só decide sair dali após conseguir pegar um galho de uma madeira muito rara que viu. Enquanto cortava, algo faz com que Patrick caia no chão, e uma mão com uma tesoura corta alguns fiapos do seu cabelo.

    No outro flashback é mostrado o pai andando com ele no meio da floresta contando que toda uma área perto do penhasco em que eles estavam pertencia ao Homem do Saco. O objetivo do pai era realmente assustar o filho, e é muito claro na fala e na feição que o pai acredita firmemente nessa história. Ele conta que o primeiro ato é o Homem do Saco cortar o cabelo da criança, para sempre saber onde ela está, para que assim possa roubá-la, mas ele adiciona que há uma maneira de se proteger, que é guardando consigo um objeto que para a pessoa é muito importante.

    Ao longo do filme, vemos algumas pequeninas cenas de Patrick esculpindo madeira com uma faquinha, que também é mostrado nesses flashbacks. É tão irrelevante até o flashback, que você só percebe a importância quando o maldito, num ataque de raiva usando seu notebook, quebra a lâmina da faca e a joga fora.

    Lembra da flauta da criança que eu comentei que trazia estresse para a família? Ora vejam só, num surto ao tentar trabalhar, a esposa de Patrick da um esporro no filho que está flauteando pra lá e pra cá, e mais tarde pega essa flauta e pede para que o marido se livre dela. A flauta não é jogada fora, mas misteriosamente ela desaparece.

    Diante desses objetos, a presença do Homem do Saco começa a ficar mais constante ao longo do filme, deixando a família mais paranoica, até que Patrick decide ir a antiga psicóloga que ia na infância junto da esposa, e é lá que a mulher descobre sobre esse trauma e a história do Homem do Saco vivida por ela quando criança. É claro que ela não acredita, quem seria doido de acreditar num homem que bota crianças boas num saco?

    Para aliviarem os nervos, eles deixam o filho com a irmã da esposa por uma noite. Quando tudo parecia estar bem, a energia do seu apartamento é desligada, a tranca da sua porta é magicamente aberta por dentro, e claro que ela é atacada (e também imobilizada) pelo Homem do Saco. A grande sorte é que ela foi salva pelo segurança do prédio, que não viu ninguém no apartamento, mas estranhou pois apenas a imagem da câmera que batia na porta de seu apartamento havia sido desligada.

    Após esse ataque, todos vão passar a noite na casa do irmão de Patrick, e alguns policiais ficam escoltando a frente da casa para proteger a família, mas ninguém contava com a astúcia do Homem do Saco. Patrick acorda durante a noite, vê todos da casa imobilizados no chão, e sai a procura do filho pelos quartos, e encontra o Homem do Saco fechando o zíper (do saco, ok?).

    A criatura é atleta. Se botasse numa competição de atletismo, ganharia fácil, pois ela corre absurdamente rápido, sem deixar rastros, mas obviamente Patrick sabe para onde ela iria, que é o seu covil dentro de uma mina mostrada num dos flashbacks.

    Ele entra na mina, encontra o covil da criatura, acha o saco pendurado mas quando abre, vê que ali dentro havia apenas um boneco que emitia uma voz fina dizendo “papai, socorro”. Percebemos então que a desgraça da criatura não estava indo atrás do filho de Patrick, e sim do próprio Patrick. Ela guardou essa mágoa durante tantos anos, que decidiu mudar a lenda de roubar crianças boas para acrescentar um pai de família na coleção.

    Bom, existe uma piada em torno do ator Sam Claflin, de que os personagens que ele atua acabam morrendo, então na primeira cena em que eu vi ele, já tive a certeza da morte.

    No meio do covil, Patrick é atacado pelo Homem do Saco, que mostra que ele pegou a sua faca quebrada, e por isso conseguiu chegar até ele. Com muito esforço, Patrick consegue pegar uma pedaço da faca e crava na cabeça da criatura, que rapidamente foge e desaparece. Quando ele está próximo de sair da mina, o Homem do Saco retorna, e finalmente consegue botar ele dentro do saco, com alguns sons de ossos quebrando pois pelo tamanho do saco, uma pessoa adulta não caberia ali dentro.

    A polícia sai para investigar, e mesmo sem pista alguma, eles vão até a entrada da mina que Patrick entrou, provavelmente porque a esposa comentou sobre ela, mas pelo andar da carruagem, eles não entram dentro da mina. Essa cena só serviu para que eles encontrassem a flauta da criança jogada na entrada da mina.

    O filme acaba com a mãe e o filho se mudando da casa, agora estando com a flauta novamente, e a mãe pedindo que a criança jamais largue o seu brinquedo. Ele termina com um ar de continuidade, mas eu espero que pelas críticas, eles nem cogitem fazer um “O Homem do Saco 2”.