Categoria: Tecnologia

  • Não compensa ter um iPhone

    Já tem alguns dias que eu venho pesquisando com maior profundidade, e vendo uma série de comparações, fora também a experiência que tenho com tecnologia, sobre ter um Android (mais especificamente da Samsung) ou ter um iPhone.

    Eu sempre tive Android, e raros contatos com iOS, nunca me interessei muito pelo sistema, mas é inegável dizer que ter um iPhone é diferente, começando pelo próprio nome. Quando você tem um dispositivo Android, você tem um celular. Quando você tem um iPhone, você tem um iPhone.

    Mas ninguém vive só de nome, ou pelo menos não deveria. Celular já é um bem comum, e eu preciso dele pra comunicação assíncrona, leitura, vídeos… Qualquer coisa para quando estou longe do computador e estou sozinho e entediado. Mas um tédio não me parece valer 5 mil reais.

    Ok, posso ser um pouco hipócrita porque eu gastei 11 mil reais comprando um Galaxy Z Fold4, mas eu já aprendi a lição e nunca mais pretendo fazer isso na minha vida. Percebi que celulares são bens descartáveis, é pra ser simples, e qualquer celular de no máximo 2 mil reais vai dar conta das coisas que eu faço, que é basicamente WhatsApp e YouTube.

    Mas voltando ao foco do tópico. Com todas as comparações que já fiz e já vi, eu realmente não consigo ver pontos positivos para se comprar um iPhone. Sinceramente, a conta não bate, não tem benefícios tão exclusivos que explicam o valor absurdo. Com o preço de um iPhone recém lançado, eu poderia comprar o top de linha de qualquer outra marca, obviamente Android, pagar muito menos e ainda ter muito mais, e aí vem os mesmos argumentos que sempre ouço, principalmente de vendedores.

    O primeiro é a conexão entre os ecossistemas. Realmente, a forma como um iPhone se conecta e conversa com Apple Watch e Mac é formidável, mas convenhamos, isso não é mais tão exclusivo. A Samsung executa isso tão bem quanto a Apple com seus próprios dispositivos, e ainda se integra muito bem com o Windows no Galaxy Book. E digo mais, eu não tenho um Galaxy Book, e sim um computador que eu mesmo montei, com Windows, e só pelo fato de existir o aplicativo “Seu celular” para Android, eu consigo conectar e transferir informações em tempo real do meu celular para o meu PC.

    Questões mais específicas de hardware, como processador, memória RAM, e armazenamento não são tão exclusivas. Pro usuário médio, uma configuração de top de linha não é necessária. Armazenamento se resolve com cartão SSD, ou até mesmo com nuvem.

    Ah, mas a câmera do iPhone é sem igual, é muito superior a de outros dispositivos, e fica perfeita no Instagram.

    Como eu estou escrevendo pelo celular, vai ser muito difícil ter que ficar trocando os aplicativos pra pegar os links que comparam as câmeras, por exemplo, do iPhone 16 Pro e do Galaxy S24 Ultra, mas o Google e o YouTube continuam grátis pra acessar a pesquisar. Recomendo a comparação do Canaltech também, em português. De todo modo, a câmera do iPhone não é ruim, ninguém pode dizer isso de fato, mas afirmar que é a melhor é muito forte. Adiciono também que de nada adianta ter uma câmera com qualidade ótima se o fotógrafo não sabe aproveitar corretamente.

    Se falarmos de novidades, como recursos de IA, a Samsung prometeu, entregou, e saiu muito na frente da Apple que somente contou histórias, mas eu acredito que a IA ainda tem mais pra evoluir, e sinto que as tarefas que ela executa atualmente não são um ponto que vale a pena decidir por um sistema ou outro.

    Isso tudo é apenas a minha visão sobre ter um iPhone, mas ainda sim, o que mais prevalece na escolha de um ou outro é o querer. Se a pessoa quer, tem dinheiro, e vai ficar feliz, que complete seu sonho. Foi por isso que eu fiz a loucurada de comprar um celular dobrável. Nada vai superar o querer. Isso é mais um relato sobre eu não conseguir mais pensar hoje em dia em ter um celular caro, não necessariamente um iPhone, mas qualquer top de linha Android. Eu tenho uma média de uso de 4h por dia de celular, nada justificaria eu pagar 5 mil reais ou mais pra usar tão pouco.

  • Minha experiência com um Galaxy Z Fold4

    Minha experiência com um Galaxy Z Fold4

    Em 2022, o meu celular pessoal era um Samsung Galaxy S20 FE. Era um celular que me atendia muito bem, tinha tudo o que eu precisava, e tudo o que eu não precisava também. Mas o ser humano tem olho gordo, e em um belo dia, um diabinho apareceu sobre o meu ombro e me disse “compra o celular dobrável”.

    Falando sério agora, um celular dobrável é realmente algo fascinante, e eu tinha minhas curiosidades sobre como seria usar esse celular no dia a dia. Passei na loja da Samsung, mexi um pouco no celular, e realmente parecia ser um celular fabuloso, o problema era o preço: 11 mil reais.

    Em casa, pesquisando mais sobre o celular, descobri que a Porto Seguro estava com um plano de assinaturas de smartphones, e coincidentemente o Z Fold 4 estava lá. A pessoa poderia alugar o celular por um ano, pagar metade do valor, e no final do período poderia renovar a assinatura, comprar o smartphone, ou devolvê-lo. A chance de ter um celular dobrável me pareceu mais palpável, ainda mais pelo fato de que de brinde, eu ganharia um Galaxy Watch4 Classic, a capinha original do Z Fold 4 junto com a S Pen, e um ano de garantia do celular. Pensei “por que não?”.

    Tela

    A tela é, obviamente, o maior atrativo do celular. A maior desconfiança no começo, e o que todos sempre me perguntavam quando me viam com esse celular, era se a dobra no meio incomodava ao mexer, e a resposta é só uma: nem um pouco.

    Colocando o celular inclinado, se vê a dobra normalmente, mas usando ele igual qualquer pessoa usa, ou seja, de frente para o rosto, você não nota a dobra. É como se a tela inteira fosse totalmente reta.

    Talvez, a maior questão com a tela maior seja com relação ao design responsivo dos aplicativos. Se fala muito disso no design para web, mas parece que as pessoas se esqueceram que existem uma série de celular com tamanhos diferentes. Felizmente, existe uma opção para não deixar um aplicativo em tela cheia, e deixar em visão 3:4 (ou 4:3) ou 9:16.

    Usabilidade

    No começo é um pouco complicado, pelo para mim que nunca teve interação com um tablet. Você quer usar um celular dobrável com a tela maior, então isso implica em obrigatoriamente usar as duas mãos, e ter que se acostumar que algumas coisas estão distantes e você precisa se movimentar mais para alcançar.

    O que eu mais gostei, de todos os aspectos que esse celular tinha para me oferecer, era o fato de que eu podia separar dois aplicativos em cada um dos lados da tela maior, e ainda poder colocar um aplicativo em janela pop-up por cima, mexendo ao todo em três aplicativos, e sem prejudicar nada. Eu realmente fazia muitas atividades multitarefas, como abrir um aplicativo de organização financeira de um lado, o aplicativo do banco do outro, e uma calculadora por cima. Comparando com o meu celular antigo, eu otimizava muito tempo com isso.

    Demorei muito para me acostumar com o teclado. O modelo padrão do teclado tinha uma divisão no meio, deixando mais espaçados as teclas para alcançar uma certa parte com a mão esquerda, e outra com a mão direita. Eu levei pouco mais de 3 meses para me habituar, já que desde o meu primeiro smartphone eu estava acostumado com teclas juntas na interface.

    Câmera

    Não sou nenhum fotógrafo e nem mesmo tenho conhecimento do assunto, mas as câmeras traseiras e somente elas eram realmente muito boas, com uma qualidade sensacional, e uma estabilidade de vídeo durante a gravação espetacular.

    A câmera frontal é terrível, é só isso o que eu tenho a dizer sobre ela. O interessante é que para selfies, esse celular dispensa o uso da câmera frontal, pois ele tem um recurso em que você pode usar a tela frontal (a menor) para ver o que está na câmera traseira, e assim usar da melhor qualidade que esse celular tem para oferecer.

    Proteção

    Nem tudo são flores. É comum ir até lojas em shoppings para colocar película no celular, ou comprar uma capinha. Se você já encontrou uma capinha para esse celular que não fosse numa autorizada da Samsung, você é uma pessoa de sorte. Eu busquei capinha em São Paulo, Gramado, Maceió, Florianópolis e Brasília, durante viagens, e em nenhum desses lugares eu encontrei.

    A película tem uma história semelhante, mas mais triste. Caso você não saiba, o Z Fold 4 possui uma película de proteção na tela dobrável, que já vem de fábrica. A Samsung recomenda fortemente a nunca tirar essa película, para evitar problemas numa tela em que qualquer erro pode ser prejudicial, só que tem uma questão: todo ano essa película passa a criar bolhas. É como se ela tivesse uma validade de um ano, pois tanto no meu primeiro ano quanto no segundo, no mesmo mês que comprei, essa passou a criar bolhas dando a hora de trocar. O ruim é que é necessário levar o celular na assistência autorizada, pois máquinas de impressão em shoppings não possuem o modelo correto desse dispositivo, e eu digo isso por experiência própria, pois eu tentei na primeira vez. Não bastando levar na autorizada, você ainda precisa deixar o celular lá, que pode ficar por até 5 dias, e não importa se você está com o seguro, pois a Samsung retirou o problema da película disso.

    O fim do meu Z Fold 4

    Depois de mais de 2 anos com esse celular como principal, apareceu um problema de repente que impossibilitou o uso dele de forma recorreira.

    Num belo dia eu acordei, e o meu celular estava desligado. Tentei ligá-lo muitas vezes sem sucesso, e conectei no carregador achando que fosse a bateria, mas estranhando muito pois eu nunca deixava ele descarregar totalmente. De repente, consegui ligar ele, mas somente com a tela aberta. Ao fechar o celular, ele desligava instantâneamente. E de brinde, o celular já não estava mais abrindo 100%, ficando super levemente fechado, mas ainda não ficando reto ao ser colocado numa mesa.

    Procurei na internet, e encontrei no Reddit uma série de pessoas na mesma situação, o que parecia ser um problema recorrente desse modelo.

    A garantia já tinha terminado, e eu precisava saber se valia a pena arrumar, ou se fazia mais sentido comprar um celular novo. A moça da Samsung que me atendeu chegou a dar até uma risada quando viu o preço. Seriam R$ 4.200,00 para que o time técnico pudesse trocar a tela e ajeitar as peças.

    O resultado é que estou usando novamente o meu antigo S20 FE, e agora só uso o Z Fold 4 para assistir algo ou jogar.


    Fiquei triste por não ter mais essa mordomia que o Z Fold 4 me dava, mas eu imaginava que só pararia de usar ele quando algum problema aparecesse, e essa era a única certeza real que eu tinha, de que um problema ia acontecer em algum momento.

    Celulares de tela dobrável, na minha visão, ainda são experimentos. Eu não compraria outro, tanto pelo risco de algo quebrar, mas principalmente pelo fato de ser absurdamente caro. Ninguém, nem mesmo eu, precisa de um celular dobrável. Há celulares tão bons quanto, por um preço bem menor, e sobrando dinheiro para comprar um tablet caso a pessoa queira uma interface maior e de toque.

    Por que eu ou uma pessoa compraria um celular dobrável? Simples, é só fato de querer. Eu queria ter um dobrável, consegui uma oportunidade de pagar menos, ainda mais considerando que ele era alugado, e eu o comprei depois, então é como se eu tivesse parcelado ele em mais de 12x (ao todo, se bem me lembro, foram 18x contando aluguel e compra).

    Agora estou na questão de se troco a bateria do meu S20 FE, compro um novo celular da linha S da Samsung, ou se migro para um iPhone pela primeira vez. Descubra nos próximos episódios.