Autor: mateusvillain

  • 1 ano tomando café especial

    Ano passado, nesse mesmo período, o YouTube passou a me recomendar alguns vídeos de pessoas fazendo café, mas não da forma como eu conhecia, que era com uma cafeteira normal ou com um coador. Eram técnicas mais bonitas, bem feitas, com uma série de equipamentos que eu não tinha a menor ideia do que eram.

    Decidi pesquisar mais sobre, só pelo fato de ter parecido bonito, e cai em vídeos brasileiros de pessoas falando sobre café, técnicas, equipamentos, e foi nesse momento que me apareceu o primeiro hobbie de verdade.

    Tá, se fosse pra considerar tudo, talvez eu até já tive algum hobbie ao longo da minha vida. Jogar videogame, andar de bicicleta, academia… mas nada que fosse algo em que eu investisse de fato, porque essa é a graça do hobbie. Não é só sobre passar o tempo fazendo algo que você gosta, mas também é sobre você se desenvolver melhor naquilo.

    Aprendi que existem ranks e notas para cafés, e que o nível mais alto é o café especial. Descobri que existem níveis diferentes de moagem, torrefação, e uma série de métodos de preparação. Sinceramente, de todas as coisas que fiz na minha vida, essa foi uma das que mais me completou. Fazer café, testar receitas, e ver a reação das pessoas que não tomam café puro, sem um pingo de leite e nada de açúcar, falando que gostou e sendo diferente de qualquer café que já tomou.

    Um ano depois, melhorei muito. Começar a tomar café especial é um caminho sem volta. Eu não tenho frescura em tomar cafés num geral. Se vou na minha mãe, eu sei que vai ter um pilão no coador de pano, e tudo bem, mas é impossível não pensar “que gosto ruim”. Você eleva o nível em picos atmosféricos de um liquído comum que você toma todo santo dia. E se não fosse só isso, café é um hobbie caro só pelo café especial em si. Por ser um processo de colheita manual, grão a grão, a seleção dos melhores para atingir uma nota 80+ encarece o produto, e com razão. Um pacote de 250g custa cerca de 40 reais. Se falarmos dos equipamentos, infelizmente a maioria precisa ser importada ou porque não tem a venda no Brasil de fácil acesso, ou é absurdamente cara.

    Hoje eu conto com uma cafeteira espresso, moedor, balança, chaleira bico de ganso, uma série de acessórios para espresso, v60, melittão, moka, prensa, e seguimos evoluindo. Penso até em começar a gravar vídeos fazendo café para botar no Instagram, bem no estilo dos vídeos que eu via quando descobri esse universo. Quem sabe eu não começo a testar isso com os equipamentos que eu tenho para gravação, né?

  • The Last of Us é uma das experiências mais imersivas e tristes da minha vida

    Na minha adolescência, me lembro do hype que foi quando lançou The Last of Us. Na época, eu não tinha PlayStation, somente um Xbox 360, então já não poderia jogar. Felizmente, eu não sou uma pessoa tão curiosa, então foi fácil evitar qualquer menção a história desse jogo, e me bloquear de qualquer spoiler.

    No meio disso, lança um segundo jogo, e como eu já não acompanhava mais tantos canais de jogos e ainda não tinha um PlayStation para jogar, acabou que isso passou totalmente despercebido por mim.

    Contudo, em 2023 lança a série The Last of Us, contando a história do primeiro jogo na primeira temporada, e a mídia fala muito alto. Não peguei spoilers, mas ouvi muitos comentários extremamente positivos sobre como a série estava boa e fiel ao jogo. Então, no final de 2024, um amigo me empresta seu PlayStation 3 e o The Last of Us para jogar.

    Foi tudo novo para mim. Começando pelo conforto de jogar no sofá da sala, há uma distância considerável da tela, coisa que eu não fazia talvez desde 2012 ou 2013. É incrível como eu fiquei tanto tempo sem jogar um videogame. Mas sobre o jogo, de cara eu achei a mecânica de ouvir os inimigos sensacional, e jogos que permitem furtividade (como os novos Tomb Raider) e que unem ação com tensão (como Resident Evil) são meus favoritos.

    É uma história linda, e impossível não ficar imerso e evitar se emocionar. O primeiro jogo me deixou com lagrimas nos olhos na parte final, quando Joel corre para a sala de cirurgia salvar a Ellie. Confesso que eu estava tão envolvido que atirei não só no médico quanto nas enfermeiras que estavam lá. Assim, pude jogar pela primeira vez e conseguir assistir a primeira temporada da série, que podemos concordar que é maravilhosa, e deixo kudos especiais para o episódio do Bob, uma verdadeira obra prima.

    Pra quem jogou o primeiro e amou, eu não podia esperar muito para jogar o segundo. Só que no fim, acabei esperando, pois joguei o primeiro em dezembro de 2024, e o segundo em setembro de 2025, quase 1 ano. Eu estava refletindo muito sobre comprar a versão de computador, mas optei por comprar um PlayStation 5 pra sair um pouco do meu escritório.

    The Last of Us Parte 2 é definitivamente o melhor jogo que eu já joguei na minha vida, e provavelmente o mais longo no quesito história. Para finalizar o jogo, eu levei 30 horas, e claro que poderia ter feito em menos, mas eu gosto de explorar cada cantinho, ler os arquivos, ouvir as conversas, ver a paisagem… Eu quero sentir que estou ali, e eu senti muito. Um jogo maravilhoso e absurdamente triste, um enredo de arrepiar. Eu tive mais aflições nesse jogo do que com qualquer outro. Só a cena em que eles mataram o Joel, no comecinho do jogo, já me deixou ferrado da cabeça, imagina o que mais teria por vir?

    Não tenho tantas palavras pra descrever o que foi essa experiência. Esse foi difícil de segurar as lagrimas, e é um jogo que eu não penso em jogar novamente tão cedo, ou até mesmo em jogar novamente algum dia. É triste, muito triste. Foi feito pra doer. E como se não fosse suficiente sofrer na pele de uma pessoa, você sofre na pele de duas.

    Não sei se um dia terei uma experiência tão chocante quanto foi The Last of Us 2. É um vazio enorme ficar por tanto tempo jogando uma experiência forte, e ela acabar de forma triste. Estamos tão acostumados com finais felizes que o oposto destrói a gente de formas inimagináveis.

  • Superman e um super filme

    Tudo bem que me agradar não é uma missão difícil. Eu assisto coisas, ouço coisas, vejo coisas, e precisa ser algo muito absurdo para que eu ache ruim. De todo modo, o novo filme do Superman, dirigido pelo James Gunn, é realmente um filme sensacional.

    O início do filme já me chamou atenção, porque semelhante ao que foi feito com o Homem-Aranha do Tom Holland, foi cortada toda aquela enrolação no início da história. Ninguém mais quer saber disso, essa é a verdade. A gente sabe a história, como aconteceu, e quem ele se tornou. A história parte já do Superman tomando uma surra bacana de um robô criado por—obviamente—Lex Luthor.

    A trama do filme gira em torno da clássica briga entre Superman e Lex Luthor, que veio investindo sua fortuna em armas capazes de conter o Superman, para que ele se tornasse um novo líder mundial. Nada que a gente nunca tenha ouvido falar em outras histórias. O interessante é em como a tecnologia desenvolvida por Luthor vem sendo explorada, além de como o seu poder afeta até mesmo a própria política.

    No filme, somos apresentados a Krypto, o supercão, e a Fortaleza da Solidão, uma espécie de sede ou refúgio de Superman, onde robôs vivem lá programados para ajudar o herói quando está ferido. Essa introdução já é logo nos primeiros minutos do filme, que mostra também uma gravação dos pais biológicos de Clark, pouco antes de o mandarem para a Terra.

    A mensagem, que está cortada provavelmente por alguma interferência técnica, da a entender ter um tom amistoso, em que Superman é enviado para lá para ajudar. Entretanto, descobrimos que na verdade, Superman é enviado para governar o plano Terra, quando Luther consegue invadir a fortaleza e, com uma espécie de “mulher tecnológica”, consegue recuperar. E claro que como um bom antagonista, ele divulga essa mensagem para todo o mundo (ou toda Metrópolis, vai saber).

    Nesse instante, um efeito Twitter ocorre: as pessoas que amavam o Superman em questão de segundos passaram a odiá-lo.

    Superman decide se entregar para as autoridades, o que é algo bem diferente do que ocorre em Homem de Aço. Luthor usa sua tecnologia para realmente conseguir conter Superman, e o prende dentro de uma dimensão artificial, junto com uma série de outras pessoas e seres. trancado junto com um ser chamado Metamorfo, que consegue fazer com que seu corpo crie quase toda matéria no universo, ele mantém Superman enfrequecido ao transformar seu braço em kriptonita, enquanto seu filho está sendo refém de Luthor.

    Usando do poder da amizade e da empatia, Superman convence Metamorfo a ajudá-lo recuperando seu filho, consegue escapar da dimensão, sai para tirar um ronco na fazenda em que viveu quando jovem, consegue impedir a cidade de ser literalmente partida no meio, e ainda somos recepcionados por uma cena de Krypto surrando Luthor no estilo Hulk e Loki.

    Pra finalizar, quero adicionar que gostei muito da atuação e da caracterização do ator David Corenswet como Superman. É muito viva e impressionante a diferença entre Clark Kent e Superman. Sobre a atriz Rachel Brosnahan, prefiro deixar meus comentários para uma outra publicação falando da série que ela protagonizou, The Marvelous Mrs. Maisel, série espetacular que terminei de assistir junto com a minha esposa deve fazer cerca de 1 mês.

    Enfim, filmasso.

  • Eu comprei um iPhone

    Eu comprei um iPhone

    Que ironia, não? Há alguns posts abaixo, você vai encontrar uma publicação em que eu falo claramente uma série de pontos que invalidam a compra de um iPhone, quando tratamos de um pensamento racional.

    A questão é que vim conversando com um colega do trabalho, que compartilha das mesmas opiniões que eu. Ele possui um Macbook, mas um Galaxy S9. Enquanto conversávamos, ele trouxe uma mensagem que ouviu de um dos criadores da série Lost num TEDx.

    Ele comenta o motivo do porquê ele consome produtos da Apple é pelo fato deles o desafiarem todo dia. É inegável que a Apple é uma referência em design e inovação, e lançam produtos magníficos há decadas. Usar as tecnologias que a maçã oferece faz com que ele tente se superar todo dia, e criar algo tão incrível quanto.

    Comprar um iPhone porque ele é melhor nisso ou aquilo ainda é inválido na minha opinião quando se trata do custo-benefício. Você não vai encontrar no iPhone as melhores configurações pelo melhor preço. É muito valor em cima dos produtos da Apple, mas a empresa se construiu assim, e tá tudo bem. Contudo, mesmo com esse celular agora nas minhas mãos, e ainda mais do que nunca, eu posso afirmar que não vale o preço, e isso não significa que é um celular ruim.

    Eu sou designer, e me especializei na área dos design systems. Hoje atuo com isso, e sou responsável pelo design system de uma empresa grande que é a Locaweb, somando com a KingHost. Do outro lado, temos a Apple, que recém anunciou o Liquid Glass nos seus sistemas operacionais, e por ser uma empresa influente e lançadora de tendências, eu me vi nessa posição de querer um produto deles para testar esse novo design, no seu quesito visual, acessível, hierárquico e interativo.

    Nunca vi alguém dar um ponto como esse para ter um iPhone, e ninguém é obrigado. Como eu já disse, o maior motivo que eu acredito para pessoas quererem ter um iPhone é o querer, da mesma forma como eu quis ter um celular dobrável.

    Não me arrependo da compra. Talvez tenha uma saudade desse dinheiro, mas isso é coisa pra tratar na terapia e não aqui. Comprei um iPhone 15 normal, preto fosco, de 128 GB. Amanhã fará 1 semana dessa compra, e ainda estou me habituando. É um mundo novo, novas interações, facilidades e dificuldades. Pretendo ainda fazer uma comparação de tudo que já vim percebendo.

    Ainda não recebi a atualização do iOS 26. Ouvi falar que vai chegar no fim do ano. Vamos acompanhando.

  • Lilo, Stitch, e um live action de baixa renda

    Lilo, Stitch, e um live action de baixa renda

    Quero ressaltar antes de tudo que na infância, eu era muito fã desse desenho, e apaixonado pela série. Sei das opiniões sobre live action, vamos deixar isso de lado por um momento.

    Fomos assistir o live action de Lilo & Stitch no cinema, e o filme não é ruim. O início e o fim são quase que os mesmos do desenho, mas o meio e uma série de detalhes me fizeram pensar “puxa, mas que grande porcaria”.

    Eu não preciso explicar o que acontece na história, pois não é novidade. Contudo, preciso expressar as mudanças que definitivamente não foram boas.

    O filme deixa bem explícito uma falta de orçamento enorme da Disney, que não pensou nos cuidados e fidelidade com a história, e sim na facilidade para gravar, executar, e obviamente tirar dinheiro com trailer, campanhas, venda de ingresso e brinquedos.

    Não é como se o Beto Carrero americano não tivesse dinheiro para o CGI dos nossos queridos Pleakley e Jumba, que tiveram que usar dispositivos para se tornarem visualmente humanos, com o bônus de uma cena deles não conseguindo caminhar normalmente sobre duas pernas, cortando para a cena seguinte dos dois caminhando como profissionais.

    Não vou te dizer que isso estragou o filme, mas particularmente, me tirou muito do sabor. Podem até vir argumentos de que para o live action, não funcionaria os dois fantasiados de ser humano, mas é claro que é falta de orçamento. Isso tira uma originalidade grande do Pleakley de se vestir de inúmeras formas, quase um ícone da moda na obra original.

    Não podemos esquecer do Jumba, e da icônica cena dele conversando com o Stitch, mais para o fim da história, em que ele resolve ajudar o mesmo porque ele foi muito convincente. Coisa que foi cortada 100% do live action pois o Jumba permaneceu como um gênio do mal em vez de se tornar um dos mocinhos. Toda história da Disney precisa de um antagonista, é natural, e dessa vez sobrou para o nosso querido Jumba pois pela falta de orçamento, não fizeram o Comandante Gantu, o antagonista original. Pensa só o quanto custaria fazer um alienígena de (mais?) 2 metros de altura? Sinceramente, não quero pensar não. Como o bom consumidor que sou, eu só quero.

    Um dos grandes dramas dessa nova história, feita para o live action, é o fato da Nani não poder ir para a universidade que gostaria porque ela precisa cuidar da Lilo. Confesso que esse é um drama que não achei ruim. Pelo contrário, deu mais atualidade para o live action. Nesses cenários, é sempre importante lembrar que o live action bebe da fonte do original, mas não é um espelho. As produtoras querem dar realidade e atualidade, e da época em que Lilo & Stitch foi lançada para cá, muitas coisas mudaram.

    A forma como isso foi se desenrolando ao longo do filme, e a maneira como terminou, foi muito bacana. O filme deu mais importância para os vizinhos de Lilo e Nani, que foram as pessoas que ficaram com a guarda de Lilo no final, e que me permitiu que a Nani pudesse ir para a universidade, aproveitando de uma arma de portal deixada por Jumba, que foi preso.

    Como eu disse, não é um filme ruim. Poderia ter sido mais a depender dos adolescentes atrás de mim rindo, conversando, e mexendo no celular, que impactaram até o momento mais emocionante que é a quase despedida de Stitch. Sim, eu soltei umas lagrimas. Chorar é bom e você devia tentar um pouco.

  • As oportunidades que a vida nos dá

    Ontem fez 1 mês que fui demitido da Alura. Já falei sobre isso no último post, e que inclusive não deveria ter sido o último visto que eu tinha mais coisas para publicar, mas a correria da vida acabou não me permitindo.

    Nesse último mês, pensei muito sobre o que aconteceu, como está a minha vida, minha situação emocional e financeira, e o que o futuro pode me aguardar.

    Eu acho que como toda demissão, é difícil não sentir nem que seja um pouco de raiva ou tristeza. Mesmo que eu já houvesse aceitado que isso aconteceria comigo quando voltasse das férias, ainda traz uma mistura de sentimentos.

    Mas eu estou bem. Na verdade, muito bem. Estou com um alívio que não sentia há alguns anos. Olho para trás e, sinceramente, só lembro das coisas boas, e de todas as oportunidades que tive enquanto trabalhei lá.

    Minha primeira viagem de avião. Minha primeira palestra para uma empresa. Minha primeira palestra em outro estado. A oportunidade de conhecer pessoas grandes. Tudo isso veio de lá, e sou eternamente grato por tudo isso, e por todo o conhecimento que pude adquirir. O maior benefício de ter passado pela Alura foi o incentivo para continuar aprendendo cada vez mais.

    Não sei quais são os movimentos que a empresa veio tomando após o layoff, e nem o que está por vir. Desejo tudo de bom para eles, e por aqui, novas coisas vão surgir. Não posso deixar o lado professor que criei lá desaparecer.

    O brilhantismo de aprender é poder compartilhar com outras pessoas todo o conhecimento.

  • Layoff, IA, e o futuro do design

    Layoff, IA, e o futuro do design

    Estive de férias nesses últimos dias, e como minha esposa continuou trabalhando, não tinha como fazer uma viagem ou organizar grandes planos, então tive muito tempo para descansar em casa mesmo, trabalhar nos projetos paralelos que não consigo normalmente, estudar coisas novas, e também refletir sobre a possibilidade de eu ser pego na onda das demissões em massa.

    Pois é. Uma das empresas que eu trabalhava passou por severas mudanças enquanto eu estava nesse período das férias, e cerca de 60 pessoas foram atingidas pela temida demissão em massa, ou como o pessoal costuma chamar, layoff.

    Eu descobri que isso estava acontecendo no mesmo dia em que as pessoas foram desligadas, mas horas depois, quando uma amiga veio me perguntar o que estava acontecendo. Isso era uma terça-feira, por volta do meio dia. Daquele minuto em diante, pelo resto dos dias das minhas férias, eu fiquei pensando se isso realmente poderia acontecer comigo.

    As pessoas ao redor—amigos, familiares e colegas—diziam que eu era um profissional muito bom e que seria muito difícil me demitir. A grande questão é que várias outras pessoas tão capazes quanto eu foram desligadas. Eu seria só mais uma.

    Tiveram alguns sinais que me fizeram ter a certeza de que eu seria desligado também, então eu fui trabalhando essa calma e aceitação enquanto não voltava ao trabalho. Quando chegou segunda-feira, às 10 horas da manhã, tive a conversa que imaginava que ia ter, e eu estava bem calmo. Zero estresse ou ansiedade.

    Mas não significa que está tudo 100% bem.

    Nas minhas férias, eu fiquei mais refletindo sobre a possibilidade real de inteligências artificiais roubarem empregos do que o meu desligamento. É loucura total pensar que uma empresa pode realmente preferir um objeto sem raciocínio próprio, que é a IA, no lugar de pessoas, de toque humano, de empatia. Foi o que aconteceu. Um choque de realidade forte, bem na minha cara.

    Empresas como o Duolingo estão tentando lançar a moda do “AI-First”, que pode realmente virar moda em empresas de tecnologia tanto fora quanto aqui no Brasil. Eu tenho receio do quanto longe isso pode chegar, mas também tenho esperança de que as empresas que tomarem essas atitudes, em algum momento, vão se arrepender e voltar atrás.

    Ao mesmo tempo, não da para negligenciar a inteligência artificial. Ela veio, e veio para ficar. É preciso se adaptar, saber utilizá-la, dominá-la, e ser capaz de ser diferente.

    Eu sinto que para a profissão de design, ainda tem muita coisa para mudar e evoluir. Construção de interface, por exemplo, é uma das coisas que podem muito bem ser automatizadas por IA. Já acontece hoje, e precisa de melhorias, mas se parar para pensar, em dois anos a IA conseguiu gerar vídeos muito melhores, resolver problemas como as mãos bugadas que aconteciam frequentemente, e agora é quase imperceptível a diferença de IA e realidade.

    O processo de design de interface por LLMs vai melhorar, e antes do que a gente imagina. Pesquisas também já são realidades com funcionalidades de “deep research”, que exploram não só sites, como também APIs, arquivos em PDF, vídeos, imagens… Numa conversa recente também descobri IA para analisar problemas de usabilidade.

    Minhas férias acabaram se resumindo muito em projetos e estudos. Não da para ficar parado no tempo. É preciso bater de frente com as mudanças.

  • Não compensa ter um iPhone

    Não compensa ter um iPhone

    Já tem alguns dias que eu venho pesquisando com maior profundidade, e vendo uma série de comparações, fora também a experiência que tenho com tecnologia, sobre ter um Android (mais especificamente da Samsung) ou ter um iPhone.

    Eu sempre tive Android, e raros contatos com iOS, nunca me interessei muito pelo sistema, mas é inegável dizer que ter um iPhone é diferente, começando pelo próprio nome. Quando você tem um dispositivo Android, você tem um celular. Quando você tem um iPhone, você tem um iPhone.

    Mas ninguém vive só de nome, ou pelo menos não deveria. Celular já é um bem comum, e eu preciso dele pra comunicação assíncrona, leitura, vídeos… Qualquer coisa para quando estou longe do computador e estou sozinho e entediado. Mas um tédio não me parece valer 5 mil reais.

    Ok, posso ser um pouco hipócrita porque eu gastei 11 mil reais comprando um Galaxy Z Fold4, mas eu já aprendi a lição e nunca mais pretendo fazer isso na minha vida. Percebi que celulares são bens descartáveis, é pra ser simples, e qualquer celular de no máximo 2 mil reais vai dar conta das coisas que eu faço, que é basicamente WhatsApp e YouTube.

    Mas voltando ao foco do tópico. Com todas as comparações que já fiz e já vi, eu realmente não consigo ver pontos positivos para se comprar um iPhone. Sinceramente, a conta não bate, não tem benefícios tão exclusivos que explicam o valor absurdo. Com o preço de um iPhone recém lançado, eu poderia comprar o top de linha de qualquer outra marca, obviamente Android, pagar muito menos e ainda ter muito mais, e aí vem os mesmos argumentos que sempre ouço, principalmente de vendedores.

    O primeiro é a conexão entre os ecossistemas. Realmente, a forma como um iPhone se conecta e conversa com Apple Watch e Mac é formidável, mas convenhamos, isso não é mais tão exclusivo. A Samsung executa isso tão bem quanto a Apple com seus próprios dispositivos, e ainda se integra muito bem com o Windows no Galaxy Book. E digo mais, eu não tenho um Galaxy Book, e sim um computador que eu mesmo montei, com Windows, e só pelo fato de existir o aplicativo “Seu celular” para Android, eu consigo conectar e transferir informações em tempo real do meu celular para o meu PC.

    Questões mais específicas de hardware, como processador, memória RAM, e armazenamento não são tão exclusivas. Pro usuário médio, uma configuração de top de linha não é necessária. Armazenamento se resolve com cartão SSD, ou até mesmo com nuvem.

    Ah, mas a câmera do iPhone é sem igual, é muito superior a de outros dispositivos, e fica perfeita no Instagram.

    Como eu estou escrevendo pelo celular, vai ser muito difícil ter que ficar trocando os aplicativos pra pegar os links que comparam as câmeras, por exemplo, do iPhone 16 Pro e do Galaxy S24 Ultra, mas o Google e o YouTube continuam grátis pra acessar a pesquisar. Recomendo a comparação do Canaltech também, em português. De todo modo, a câmera do iPhone não é ruim, ninguém pode dizer isso de fato, mas afirmar que é a melhor é muito forte. Adiciono também que de nada adianta ter uma câmera com qualidade ótima se o fotógrafo não sabe aproveitar corretamente.

    Se falarmos de novidades, como recursos de IA, a Samsung prometeu, entregou, e saiu muito na frente da Apple que somente contou histórias, mas eu acredito que a IA ainda tem mais pra evoluir, e sinto que as tarefas que ela executa atualmente não são um ponto que vale a pena decidir por um sistema ou outro.

    Isso tudo é apenas a minha visão sobre ter um iPhone, mas ainda sim, o que mais prevalece na escolha de um ou outro é o querer. Se a pessoa quer, tem dinheiro, e vai ficar feliz, que complete seu sonho. Foi por isso que eu fiz a loucurada de comprar um celular dobrável. Nada vai superar o querer. Isso é mais um relato sobre eu não conseguir mais pensar hoje em dia em ter um celular caro, não necessariamente um iPhone, mas qualquer top de linha Android. Eu tenho uma média de uso de 4h por dia de celular, nada justificaria eu pagar 5 mil reais ou mais pra usar tão pouco.

  • Criando (ou tentando criar) um gosto pela academia

    Criando (ou tentando criar) um gosto pela academia

    Há anos venho pensado em, como muitos dizem, tentar meter o shape. Não é o trabalho mais fácil do mundo, e realmente não está sendo, e ao longo do meu amadurecimento tentei várias vezes tentar pegar o gosto por academia. Agora eu acho que está funcionando.

    Já passei por várias academias, e mês passado retornei para aquela que foi a minha primeira, a Smart Fit.

    Botei na cabeça a ideia de que esse ano eu preciso emagrecer, e começar a perder as gordurinhas que tenho principalmente no abdômen. Passei a malhar mais vezes na semana, pegando mais pesado na academia, e principalmente regulando minha alimentação.

    Criciúma é nacionalmente conhecida como a terra do carvão mineral, mas para nós criciumenses, é conhecida como terra do x-salada, tanto que se tornou patrimônio cultural da cidade. Era padrão ter semanas onde eu comia muita besteira, sem muitos filtros, e não entendia muito bem como funcionava o aumento de peso e gordura, mas nada que algumas pesquisas no Google não ajudassem com o entendimento básico.

    Não mudei muito a minha alimentação. Sinceramente, no momento, eu não quero excluir nada, fazer dietas restritivas ou qualquer coisa do tipo. Meu problema maior sempre foi com coisas gordurosas. Doce nunca foi a minha praia, então evitar chocolates, docinhos e sobremesas é muito tranquilo.

    O meu foco tem sido no déficit calórico. Tenho um smart watch no pulso desde 2023, mas só agora em 2025 que tenho usado ele de verdade. É um dispositivo que, na sua maior parte, serve para recursos fitness, então venho monitorando as calorias gastas ao longo dos dias, e usando o aplicativo Lose It para adicionar as minhas refeições e ter uma noção de quantas calorias eu consumi no dia para quantas eu gastei.

    Fora o investimento mensal com a academia, comprei também uma balança digital baratinha pelo Magalu, por R$ 39,90. Venho me pesando todos os dias pela manhã, e felizmente conseguindo reduzir meu peso. Voltei para a academia pesando 73 kg, e hoje pela manhã a balança me devolveu 68,7 kg. Meu objetivo é chegar aos 60 kg, e ao longo disso ir perdendo as pochetes na barriga.

  • A perda de influência da área de marketing (e design)

    A perda de influência da área de marketing (e design)

    Recebi um link muito interessante numa newsletter hoje. Uma publicação do M15 chamada O marketing está em apuros. Resumidamente, a postagem traz os resultados de duas pesquisas que demonstram como o departamento de marketing está perdendo a influência. O que espanta é que essa perda de influência é comparada desde 1996 com outros departamentos de uma empresa.

    Contudo, o que mais me chamou atenção nesse texto foram os pontos em que o marketing ainda continua tendo valor (mensagens publicitárias, programas de satisfação e lealdade e mensuração de satisfação), e em quais ele perdeu espaço (expansão para novos mercados, direção estratégica da unidade de negócio, estratégia de distribuição e parcerias estratégicas).

    É impossível não perceber, até mesmo pelo nome, que todas as baixas envolvem estratégias na empresa. Com o boom das inteligências artificiais, era até mais fácil pensar que empregadoras iriam preferir usar IAs para todo o ambiente de criação de conteúdo, mas é totalmente o contrário. O valor enxergado no profissional de marketing ainda está na criação de artes para mídias sociais, e eu preciso destacar um trecho dessa publicação que para mim, é o mais importante de todos:

    O estudo mostrou que as empresas performam melhor quando o marketing tem mais influência nas decisões estratégicas. Pesquisadores descobriram que, quando o departamento de marketing tem mais poder de decisão na empresa, dois aspectos importantes melhoram:

    • O relacionamento com os clientes (coeficiente de 0,222)
    • O desempenho financeiro (coeficiente de 0,150)

    Ler isso me fez pensar em duas coisas diretamente:

    A primeira delas foi a relação verdadeira e forte disso com que eu enxergo aqui na região que eu moro. Eu não posso falar pelo Brasil todo, e nem por todas as pessoas, mas o que eu tenho visto da área de marketing é nada mais do que agências com demandas altas, em que os colaboradores trabalham em um fluxo de pastelaria, ou seja, entrega atrás de entrega sem tempo para respirar, ganhando no máximo R$ 3.000,00 por mês, e suando para conseguir bater a meta.

    Conheci muitas pessoas que viviam sobre esse modelo de trabalho, e que estavam a beira de um burnout. Um trabalho sem valor, baseado totalmente no aspecto visual, e que por mais triste que isso possa ser, não há incentivo e nem mesmo chance de melhoria do método de trabalho, porque isso esbarra em patrões que não olham para a qualidade de vida dos seus funcionários. Os clientes estão satisfeito e o dinheiro está caindo todo mês? Então está tudo bem.

    A segunda coisa que pensei, é sobre como isso é muito parecido com a área em que eu trabalho. Atualmente eu sou designer, trabalho com produtos digitais, na esfera da experiência do usuário (UX). Eu acho muito bacana, e fico feliz demais que a área que eu trabalho está crescendo, e que por ser professor, eu posso ajudar uma série de pessoas. Ao mesmo tempo, faço a relação de como está isso também na minha região.

    Já conheci algumas pessoas da minha cidade que estavam migrando para trabalhar com UX. Em todos os casos, as pessoas me perguntavam um direcionamento, por onde podiam começar… papo normal de quem está começando em algo novo. Em todas essas conversas, eu disse a mesma coisa:

    Estude, e se aparecer oportunidades aqui em Criciúma ou região, aceita, mas não fica presa na nossa cidade. A nossa profissão nos da a liberdade de poder trabalhar em casa, e muitas empresas entendem e adotam isso. A grande demanda de designer da nossa área por aqui é, na sua maioria, visual. Pessoas que sabem mexer no Figma para fazer a interface de um site ou aplicativo, e nada mais. Nossa área é mais do que isso.

    Bom, eu não disse com essas exatas palavras, mas essa é a ideia que transmiti. Tanto marketing quanto design são áreas fáceis de serem diminuídas, porque as pessoas não entendem o potencial e tudo o que esses profissionais podem fazer. Ainda tem gente no mundo que acredita que design é sobre desenho.

    É confortante para mim ver essa pesquisa dizendo que quando o departamento de marketing tem voz sobre as decisões estratégicas, as empresas performam melhor, pois é a mesma visão que tenho sobre UX. A questão é que as pessoas jurídicas precisam perceber que isso é essencial, e não um adicional.